Aprendi que não é sobre ser um excelente e dedicado profissional, sem faltas, atestados e atrasos. Ser o melhor colaborador, ser o empregado padrão ou ter a foto no quadro de funcionário do mês. Não é sobre ter o melhor salário, os melhores benefícios, o melhor uniforme ou a melhor mesa. Não é sobre bater todas as metas a qualquer custo. Não é sobre os diplomas, os cursos ou as especializações e as glamorosas formaturas. (Apocalipse 22.12)
Aprendi que não é sobre o corpo perfeito sem barriga, estria e flácido. Não é sobre o cabelo liso longo e brilhoso, nem sobre os olhos verdes ou azuis com a sombrancelha desenhada e os cílios grandes. Não é sobre os dentes colados milimétricamente na mesma altura e branquinhos como a neve. Nem sobre as unhas alongadas pintadas de francesinha. Não é sobre ter o corpo padronizado pela sociedade enfiado guela abaixo pela mídia. (Mateus 5.29-30)
Aprendi que não é sobre ter uma mansão com muitas suítes, campo de futebol, banheiras amadeiradas, sauna, campo de golfe e piscina com onda natural. Não é sobre ter as paredes pintadas com ouro rose ou uma garagem com carros exclusivos com valores exorbitantes. Não é sobre os altos investimentos na bolsa de valores, sobre os bilhões na contauniclass, sobre o ranking na revista forbes, sobre os seguros de vida ou sobre as raras jóias escondidas no fundo falso de uma parede atrás do quadro de um famoso pintor, dentro de um cofre. Não é sobre ter o maior número de seguidores, ter o maior número de curtidas, compartilhamentos ou comentários nas plataformas digitais. Não é sobre ser o mais influente, o mais conhecido mundialmente, o mais amado ou o maior influenciador dessa geração. (Ageu 1.6)
Aprendi que não é sobre ter a família exemplar, aquela perfeita que sai na capa da revista. Não é sobre ter pai, mãe, filhos e um cachorro. Não é sobre o pai que sai pra trabalhar bem arrumado, sobre a mãe sempre sorridente que fica em casa dando faxina, cuidando dos filhos, ensinando a lição da escola e fazendo aquele belo e apetitoso almoço de domingo em que todos se reúnem a mesa, dão graças ao Senhor e depois se sentam num sofá fofinho pra assistir série. Aprendi que não é sobre orar, namorar, casar e morrer agarradinhos deitados na cama aquecidos pelo cobertor com a feição serena e sorridente. Aprendi que não é sobre o anel no dedo, não é sobre a festa de casamento dos sonhos em que gastamos todas as economias de uma vida inteira que se vai embora em 6 horas de festa pra 200 convidados, com o mais fino cardápio, com as melhores lembrancinhas e o salão mais badalado da cidade. Não é sobre o estado civil ou sobre a pressão familiar por causa do longo tempo de espera pelo príncipe encantado, que virá sentado num cavalo branco com um anel de ouro com uma pedra solitária de diamantes que colocará no seu dedo e te levará para o castelo. (Mateus 7. 24-27)
Quando cheguei no dia de hoje, percebi então que...
“Sim! Fui grande. Fui mais rico do que todos os que viveram em Jerusalém antes de mim, e nunca me faltou sabedoria. Consegui tudo o que desejei. Não neguei a mim mesmo nenhum tipo de prazer. Eu me sentia feliz com o meu trabalho, e essa era a minha recompensa. Mas, quando pensei em todas as coisas que havia feito e no trabalho que tinha tido para conseguir fazê-las, compreendi que tudo aquilo era ilusão, não tinha nenhum proveito. Era como se tivesse correndo atrás do vento”.
- Eclesiastes 2. 9-10
...Sim, tudo é vaidade!
Priscila Alves Bion
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