Ele grita nos momentos em que você entra em um cômodo e ninguém te olha.
Sussurra em meio à conversa em que ninguém te inclui.
Ecoa quando você tenta falar, mas as palavras morrem na garganta porque, no fundo, você já sabe: ninguém quer ouvir.
“Fiquei mudo e em silêncio; calei-me mesmo acerca do bem, e a minha dor se agravou.”
Salmos 39:2
É estranho como a ausência de palavras pode ser tão pesada.
Você vai colecionando frases não ditas, desabafos engolidos, sonhos guardados em caixas que ninguém nunca abre.
A casa está cheia de vozes… mas nenhuma delas te chama.
As decisões são tomadas, os planos feitos, os momentos vividos… sem você.
E quando você tenta se fazer presente, seu silêncio volta ainda mais alto, ecoando dentro do peito.
E então você ora. Não porque tenha as palavras certas.
Mas porque já não há mais nada dentro que ainda caiba em palavras.
Você só chora. Só respira fundo. Só se cala.
“Os olhos do Senhor estão sobre os justos, e os seus ouvidos atentos ao seu clamor.”
Salmos 34:15
D'us ouve o que ninguém ouve.
Ele escuta até aquilo que você mesmo não consegue dizer.
Ele entende que esse silêncio… é um pedido de socorro.
E Ele responde, não com barulho, mas com presença.
Não com promessas humanas, mas com consolo eterno.
Às vezes, o mundo não muda. Mas o coração começa a se reerguer.
“O Senhor está perto dos que têm o coração quebrantado e salva os de espírito oprimido.”
Salmos 34:18
O silêncio continua. Mas agora, ele é partilhado.
Agora, você sabe que existe um lugar onde você é ouvido, mesmo sem voz.
Talvez ainda não tenha mudado quem está à sua volta…
Mas algo já está mudando dentro de você.
E isso é o primeiro milagre de quem ousa acreditar:
D'us ainda está ouvindo.
Kleyton Mello
Texto 2 da série Reflexões do Invisível
Amém!
ResponderExcluirAmém!
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