Jonas e Sua Revolta

"Peço-te, pois, ó Senhor, tira-me a vida, porque melhor me é morrer do que viver."
(Jonas 4:3)

Jonas não se entregou ao cansaço como Elias.
Não sofreu de vazio como Jó.
Nem carregava culpas escondidas como Davi.
Ele estava consumido pela raiva.
Raiva de um mundo que não correspondia às suas expectativas.
Raiva de si mesmo por ter obedecido.
Raiva porque D'us decidiu perdoar quem, aos seus olhos, não merecia.
Essa raiva não foi expressa. Ela ficou guardada, silenciosa, fermentando até transformar a angústia em peso sobre a alma.
Hoje, muitos homens vivem algo semelhante.
Sorrindo no trabalho, liderando a família, mas com ódio silencioso dentro do peito. Não explodem, mas implodem, deixando que a amargura corroa lentamente suas emoções. Essa revolta silenciosa nasce de frustrações: injustiças percebidas, cobranças excessivas, sensação de invisibilidade e comparação constante.
Quando não tratada, torna-se um ácido que corrói a mente e o corpo.
Jonas nos mostra o homem que não sabe lidar com a indignação; se isola, se afasta, se fecha.
Mas D'us questiona Jonas: “É razoável essa tua ira?”
Hoje, D'us nos faz a mesma pergunta. Não para acusar, mas para abrir caminho; para falar, compartilhar, transformar a raiva em oração, esperança e renovação.
Porque a revolta, quando guardada, aprisiona. Mas, Quando levada a D'us, pode nos libertar verdadeiramente.

Kleyton Mello


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